Depois de adentrarmos no mundo de
matéria, de construir seu reinado (interno e externo), do raciocínio lógico do
imperador, percebemos que nem só de matéria vive o homem... que há algo mais
além de comer, dormir, trabalhar. Que nosso corpo é muito mais que só músculos,
ossos, órgãos, células... percebemos que pensamos, que sentimos, que intuímos.
Surge uma necessidade de um algo mais.
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Marselha Tarot |
Quando só plano de matéria não
nos supre mais, recorremos à uma religião ou uma filosofia para termos conforto
no coração... eis o PAPA ou HIEROFANTE. Esse arcano representa a ligação com o
sagrado. Nosso mago, que decidiu iniciar uma jornada de auto-conhecimento,
olhou sua sombra na papisa o que o fez desenvolver muita criatividade e leveza
(imperatriz), colocou o pé no chão com o imperador, agora, quer mais...
Percebeu que há dia (mago) e noite (papisa), que há beleza e movimento
(imperatriz), rigidez e lógica (imperador) e precisa se entender no meio dessa
dualidade, representado pelos dois indivíduos que conversam com o papa na carta
de Marselha, talvez sejam gêmeos... que em muitos contos nos trazem a
dualidade.
É a primeira carta que o arcano
não está sozinho, nos trazendo os diversos papéis que desempenhamos, ou melhor,
a consciência das diversas facetas que temos... Quantas máscaras, quantas
armaduras, quantos personagens...
Diferente da Papisa, o Papa não
segura nenhum livro, representando assim que ele não consulta as leis/sabedoria
divinas, ele é a lei, e, por isso tem o poder de abençoar os outros. O Papa,
assim como o Hierofante (nome dado ao gran-sacerdote
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Ansata Tarot |
Nos contos, essa figura é Merlin,
Gandalf, Dumbledore. O mestre amável, sábio, conselheiro. O mestre que nos
ensina com amor, e, nos cobra lealdade, integridade, verdade.
Porém, quando decidimos entrar
nesse mundo espiritual, quando decidimos enveredar por uma filosofia de vida,
nossas dores aparecem... por isso o mito ligado ao papa é Quíron, o centauro imortal,
curandeiro, sábio conhecedor das ervas medicinais, mas que foi ferido
acidentalmente com uma flecha com veneno mortal e, devido sua imortalidade ele
não morre, mas o veneno mortal não permite que a ferida cicatrize.
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Metamorphosis Tarot |
Aqui vemos muitos paradoxos ... o
curador que não consegue se curar, a bênção da imortalidade, só concedida aos
deuses, virar uma maldição... mas assim é o caminho espiritual, cheio de
paradoxos, lugar onde muitas verdades e certezas caem por terra, lugar onde
vemos nossas dores, nossas feridas que custam a cicatrizar e... será que
saberemos quem somos
sem essas feridas? Elas existem há tanto tempo... Mas, se
decidimos percorrer o caminho do auto-conhecimento, nos conheceremos, inclusive
as dores. E, que bom! Daí podemos nos curar!
Aqui, nesse momento da jornada,
retire suas armaduras e se olhe... peça a bênção do Papa, Quíron, Hierofante...
ouça o que esses sábios, conhecedores do Grande Mistério, receba a ‘poção
mágica’ para sua cura. Lembrando que ninguém melhor do que você para saber onde
está sua ferida e, qual é o antídoto para ela! Ninguém te conhece melhor do que
você mesmo!
Onde está o Gran-Mestre? Dentro de
você!
Portanto, coloque sua coroa, ou
seja, sua ligação com o sagrado. Seja A PONTE com o divino que te habita. Nesse
lugar existem todas as respostas ... ou melhor, nesse lugar deixam de haver
perguntas! Porém, atravessar a ponte há um preço ... a INTEGRIDADE!

Estou adorando!
ResponderExcluir<3
ExcluirEstou adorando!
ResponderExcluirPuxa... esse diário de bordo demorou pra sair, talvez pela intensidade do momento vivido que dificulta colocar em palavras o que se viveu, ou, talvez pela falta de internet ;D
ResponderExcluirDecido, sabe aquelas decisões que tomamos à noite numa conversa cheia de risos, sincronias, histórias enriquecedoras, afinidades de alma... Assim foi aquela noite e aquela decisão ... eu que pensei que era um passeio, simplesmente um passeio... conhecer um pico muito lindo que uma amiga havia indicado como sendo o único lugar que vale a pena conhecer na cidade (e, olha que a cidade é cercada de cachoeiras, montanhas, lugares de tirar o fôlego)
Acordamos e, lá fomos nós! Roupas adequadas para a aventura, lanchinho de viagem, água ...
Embarcamos no coiote rumo ao paraíso ... Shangri-la! E, para minha surpresa nosso guia salta no meio do caminho, e lá ficamos nós, à beira da estrada sem saber bem como ir! Mas, chamado é assim... seguimos, seguindo o sopro do Grande Espírito! (e eu sempre agradeço ao VENTO que me guia!)
E não é que no meio do caminho nos deixam um mapa! Jornada Sagrada! Providência Divina! Sempre, sempre, sempre temos tudo que precisamos!
Mapa à postos! Pra quê? Só para acalmar a mente.
O caminho abençoado pelo povo em pé, saudosos pinheiros indicando a trilha a se seguir. Até as vaquinhas nos deram licença para passar.
Subimos nas asas de uma ave de rapina, voamos alto!
Paramos nas Cobras, chamamos-a mas não tivemos autorização para vê-la, talvez porque ela já tivesse seguido na frente, limpando o caminho, retirando qualquer adversidade, qualquer energia não benéfica.
No início da trilha uns 7 guardiões para nos indicar o lugar certo, meio que guardando nossa jornada, para que não errássemos na bifurcação.
Confesso que fiquei com medo de ficar atolada no limbo... mas algo maior em mim me fez respirar, talvez a lembrança do lótus que floresce no barro e, suas pétalas enceradas não se contaminam... Atravessamos!
O caminho cheio de pedras soltas também me deixaram apreensiva, a ponte quase caindo... a ponte, o cocar, a coroa, A PONTE, a ligação entre os mundos... nos mostrando a nossa confiança no sutil! E, nos jogamos!!!
Só a VELHA ponte pode nos levar para as iniciações com o VELHO, a sabedoria que viu tudo acontecer!
Chegamos! SQN descemos do coiote, que ficou na entrada da cachoeira, guardando nosso momento sagrado.
A escolha, SUBIR! "ao alto e além" mas nem sempre se acerta o caminho... sobe, escala, perde-se o chinelo, afinal, o jeito de caminhar antes não nos servirá mais. Percebemos os venenos do caminho, a irritação da coceira da urtiga nos sinalizando que o caminho não era aquele! Ah! Povo em Pé! Sempre sinalizando!
Voltamos!
Atravessamos as águas! Claro... é preciso purificar antes de entrar no templo sagrado!
Despimo-nos, não que nos fosse imposto, mas, no fundo sabíamos que só assim, despida de qualquer máscara, de qualquer armadura, de crenças, de qualquer tecido que pudéssemos nos encobrir... somente assim o Grande Mestre Pedra nos receberia.
Ele, que vira o mundo se formar, que conhecia toda, toda a história do planeta da humanidade... claro que saberia se estivéssemos nos escondendo, e, por isso, nos permitiu que nos desnudássemos por nós mesmas...
Adentramos!
Recebemos as bênçãos que até agora não sei identificar o que aquela chuvinha branca que acariciou meu ser! "the answer my friend is blowing in the wind"
Nos braços do SOL me entreguei! Nas águas me deixei fluir!
Voltamos pelo mesmo caminho que viemos ... mas, agora, sem medo de ficar atolada na lama... sem medo da ponte cair ... até as pedras que estavam soltas não estavam mais!
De fato! Essa iniciação me trouxe sim essa firmeza no caminhar... quantas histórias ouvidas naquele silêncio! Palavras nenhuma, nunca poderão contar tudo que aquele Grande SER me contou!
E, pra não dizer que sou louca sozinha, parceira Mariane caminhou essa jornada espiritual comigo!
eu sou Glaucia Shigetomi e assim falei!