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quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

Tarot 08 - Justiça

Nossa psique [o Louco] em toda sua pureza decidiu começar uma jornada [mago] e para isso adentrou o mundo das intuições e sonhos [papiza], e para isso foi ver o mundo através da energia feminina [imperatriz] e da energia masculina [imperador], como acontece conosco quando crianças, primeiro setênio na energia da mãe, segundo setênio na energia do pai. Além do pai e da mãe, a sociedade também têm um papel importante na construção do indivíduo [papa] com regras morais, e, uma grande dúvida pode surgir em nosso ser do que eu sou e do que querem que eu seja [enamorado], até que decidimos sair em busca de nós mesmos numa linda jornada [carro]...
Bom, mas agora é hora de construir-se, individuar-se. É hora de cortar o cordão umbilical e, se libertar de toda dependência infantil e, claro, libertar os pais [ou quem ocupe essa figura] da nossa dependência deles, iniciando assim uma relação adulta equilibrada. Romper o cordão umbilical também significa arcar com as consequências e assumir a plena responsabilidade  do conhecimento adquirido-. Eis que surge a justiça a primeira carta dos arcanos maiores das quatro lições morais (Justiça - Eremita – Temperança – Força).
Aqui aprendemos sobre a harmonia do todo. E, nem sempre o que queremos é o que o Universo nos presenteará, ou quem gostamos será salvo, como no mito Faéton, filho de Apolo, que dirige o carro do sol após insistir ao seu pai para conseguir sua permissão.
Mas, os cavalos, ao perceberem que as mãos que seguravam as rédeas eram inexperientes, saíram do caminho de sempre. Voaram tão alto que incendiaram os céus, tão baixo que queimaram as florestas, secaram os rios. Zeus, ao ver o mundo próximo à destruição, lança um de seus raios que atinge Faéton que caí ao chão com o corpo em chamas... Assim é o Grande Plano! Existem cortes que nos doem, mas que, com o passar do tempo perceberemos que foi melhor assim, que aprendemos e amadurecemos muito... “a psique é um sistema auto-regulador que não visa a perfeição, senão à totalidade e ao equilíbrio”.
Às vezes podemos achar que a justiça é mera ilusão, que ela não existe. E, de fato, não existe certo ou errado, mesmo porque, já vimos que o estático não nos traz crescimento e instituir uma ação como certa /errada é não permitir o movimento, a vida. Porém, a justiça possui uma sabedoria tão grande que não nos devolve na mesma moeda, mas sim na moeda que precisamos, assim é a Lei do Retorno, o que semeamos será colhido, em igual intensidade!
Por isso, pode parecer que alguém que te fez mal, e, por exemplo te ‘roubou’ a cartela de clientes está feliz e trabalhando muito, com prosperidade, e que a justiça foi falha porque a quantidade de clientes que ela têm aumenta a cada dia, e a faz trabalhar incessantemente sem pausa, sem divertimento, sem tempo para se cuidar e... a justiça nos pega não onde ferimos, mas em nosso calcanhar de Aquiles, e, essa falta de tempo pode ser uma prisão tão ruim para essa pessoa, que pode até detonar uma doença...
Enfim, por isso, no tarot de Marselha, a justiça tem um olhar perdido no horizonte, como que em trase, para usar a introspecção, a conexão com a alma para dar seu veredicto. Por isso que, às vezes, ela é representada com uma venda nos olhos, para não se perder em detalhes, ou na ilusão das aparências.
A justiça nos fala de equilíbrio, por isso ela traz uma balança na mão esquerda, seja o equilíbrio entre o feminino, a mulher desenhada na carta, porém com feições masculinas, empunhando uma espada nas mãos. Ou pela espada apontada para cima, representando a ligação com o céu/sagrado e a haste da balança, representado a experiência humana.
A haste da balança nos ensina que os postos estão separados, mas unidos, isto é, a haste separa os pratos da balança, mas, também os une. Nos lembrando que amor e ódio apesar de estarem em direções opostas, estão ligados... são a mesma energia mas cada sentimento em lados diferentes do pêndulo. Trilhar o caminho do meio é caminhar nessa haste, sendo uma ponte entre os opostos, mas não permanecendo em nenhum dos pratos e, assim adentrar ao Equilíbrio do Uno.
Como virginiana ando percorrendo esse aprendizado da não perfeição, mas sim harmonia, deixando meus conceitos de certo e errado [pratos da balança] para caminhar na haste da balança, dançando entre os opostos que a vida me apresenta.
Tomo muito cuidado com minha mente, para não ser fria demais, característica de Atena, a senhora da guerra ilustrada no tarot mitológico... a estrategista. O equilíbrio entre a mente brilhante que concilia a força física para vencer todas as guerras [internas e externas], sem deixar a mente brilhante dominar e ser calculista em todas as ações, permitindo que as emoções aflorem e, assim possa caminhar em beleza.
Muito melhor caminhar em harmonia do que em perfeição!

Eis o aprendizado aqui... harmonizar-se com as Leis Divinas!

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