Nossa psique [o Louco] em toda
sua pureza decidiu começar uma jornada [mago] e para isso adentrou o mundo das
intuições e sonhos [papiza], e para isso foi ver o mundo através da energia
feminina [imperatriz] e da energia masculina [imperador], como acontece conosco
quando crianças, primeiro setênio na energia da mãe, segundo setênio na energia
do pai. Além do pai e da mãe, a sociedade também têm um papel importante na
construção do indivíduo [papa] com regras morais, e, uma grande dúvida pode
surgir em nosso ser do que eu sou e do que querem que eu seja [enamorado], até
que decidimos sair em busca de nós mesmos numa linda jornada [carro]...
Bom, mas agora é hora de
construir-se, individuar-se. É hora de cortar o cordão umbilical e, se libertar
de toda dependência infantil e, claro, libertar os pais [ou quem ocupe essa
figura] da nossa dependência deles, iniciando assim uma relação adulta
equilibrada. Romper o cordão umbilical também significa arcar com as
consequências e assumir a plena responsabilidade do conhecimento adquirido-. Eis que surge a
justiça a primeira carta dos arcanos maiores das quatro lições morais (Justiça
- Eremita – Temperança – Força).
Aqui aprendemos sobre a harmonia
do todo. E, nem sempre o que queremos é o que o Universo nos presenteará, ou
quem gostamos será salvo, como no mito Faéton, filho de Apolo, que dirige o
carro do sol após insistir ao seu pai para conseguir sua permissão.
Mas, os cavalos, ao perceberem que
as mãos que seguravam as rédeas eram inexperientes, saíram do caminho de
sempre. Voaram tão alto que incendiaram os céus, tão baixo que queimaram as
florestas, secaram os rios. Zeus, ao ver o mundo próximo à destruição, lança um
de seus raios que atinge Faéton que caí ao chão com o corpo em chamas... Assim
é o Grande Plano! Existem cortes que nos doem, mas que, com o passar do tempo
perceberemos que foi melhor assim, que aprendemos e amadurecemos muito... “a
psique é um sistema auto-regulador que não visa a perfeição, senão à totalidade
e ao equilíbrio”.
Às vezes podemos achar que a
justiça é mera ilusão, que ela não existe. E, de fato, não existe certo ou
errado, mesmo porque, já vimos que o estático não nos traz crescimento e
instituir uma ação como certa /errada é não permitir o movimento, a vida.
Porém, a justiça possui uma sabedoria tão grande que não nos devolve na mesma
moeda, mas sim na moeda que precisamos, assim é a Lei do Retorno, o que
semeamos será colhido, em igual intensidade!
Por isso, pode parecer que alguém
que te fez mal, e, por exemplo te ‘roubou’ a cartela de clientes está feliz e
trabalhando muito, com prosperidade, e que a justiça foi falha porque a
quantidade de clientes que ela têm aumenta a cada dia, e a faz trabalhar
incessantemente sem pausa, sem divertimento, sem tempo para se cuidar e... a
justiça nos pega não onde ferimos, mas em nosso calcanhar de Aquiles, e, essa
falta de tempo pode ser uma prisão tão ruim para essa pessoa, que pode até
detonar uma doença...
Enfim, por isso, no tarot de
Marselha, a justiça tem um olhar perdido no horizonte, como que em trase, para
usar a introspecção, a conexão com a alma para dar seu veredicto. Por isso que,
às vezes, ela é representada com uma venda nos olhos, para não se perder em
detalhes, ou na ilusão das aparências.
A justiça nos fala de equilíbrio,
por isso ela traz uma balança na mão esquerda, seja o equilíbrio entre o
feminino, a mulher desenhada na carta, porém com feições masculinas, empunhando
uma espada nas mãos. Ou pela espada apontada para cima, representando a ligação
com o céu/sagrado e a haste da balança, representado a experiência humana.
A haste da balança nos ensina que
os postos estão separados, mas unidos, isto é, a haste separa os pratos da
balança, mas, também os une. Nos lembrando que amor e ódio apesar de estarem em
direções opostas, estão ligados... são a mesma energia mas cada sentimento em
lados diferentes do pêndulo. Trilhar o caminho do meio é caminhar nessa haste,
sendo uma ponte entre os opostos, mas não permanecendo em nenhum dos pratos e,
assim adentrar ao Equilíbrio do Uno.
Como virginiana ando percorrendo
esse aprendizado da não perfeição, mas sim harmonia, deixando meus conceitos de
certo e errado [pratos da balança] para caminhar na haste da balança, dançando
entre os opostos que a vida me apresenta.
Tomo muito cuidado com minha
mente, para não ser fria demais, característica de Atena, a senhora da guerra
ilustrada no tarot mitológico... a estrategista. O equilíbrio entre a mente
brilhante que concilia a força física para vencer todas as guerras [internas e
externas], sem deixar a mente brilhante dominar e ser calculista em todas as
ações, permitindo que as emoções aflorem e, assim possa caminhar em beleza.
Muito melhor caminhar em harmonia
do que em perfeição!
Eis o aprendizado aqui...
harmonizar-se com as Leis Divinas!
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