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quarta-feira, 30 de março de 2016

Tarot 20 - Julgamento



“Os Quatro Rabinos
Uma noite quatro rabinos receberam a visita de um anjo que os acordou e os levou para a Sétima Abóbada do Sétimo Céu. Ali eles contemplaram a sagrada Roda de Ezequiel.
Em algum ponto da descida do Paraíso, para a Terra, um rabino, depois de ver tanto esplendor, enlouqueceu e passou a perambular espumando de raiva até o final dos seus dias. O segundo rabino teve uma atitude extremamente cínica. "Ah, eu só sonhei com a Roda de Ezequiel, só isso. Nada aconteceu de verdade!' O terceiro rabino falava incessantemente no que havia visto, demonstrando sua total obsessão. Ele pregava e não parava de falar no projeto da Roda e no que tudo aquilo significava... e dessa forma ele se perdeu e traiu sua fé. O quarto rabino, que era poeta, pegou um papel e uma flauta, sentou-se junto à janela e começou a compor uma canção atrás da outra elogiando a pomba do anoitecer, sua filha no berço e todas as estrelas do céu. E daí em diante ele passou a viver melhor.”
Depois do esplendor do SOL chega o momento de voltar para o dia-a-dia... Assim como os rabinos,
quando voltamos de um retiro, quando voltamos de uma jornada muito intensa temos que escolher como iremos caminhar a nossa vida à partir das transformações internas ocorridas. É muito comum depois das vivências que conduzi as pessoas voltarem à me procurar para conversar, porque algo mudou e algumas coisas ficaram difíceis de serem feitas, ou que algumas coisas que estavam travadas começarem a fluir, ou amigos queridos que saíam todas as sextas para o hapy hour já não faz mais sentido, certas conversas, enfim...
Para mim é um grande aprendizado saber o que fazer depois da iniciação, porque não somos mais os mesmos que iniciou a jornada e, assim como no dia do juízo final Pedro escolhe os que passarão pela porta do céus  e os que irão para o inferno, separando o “joio do trigo”, aqui também chega nossa hora de fazer essa separação, que pode ser concreta, como o grupo de amigos que não temos mais papo para continuarmos com a mesma amizade, ou a alimentação que decidimos mudar ou pode ser algo impalpável como conceitos de vida que mudaram.
Aqui, como os rabinos, escolhemos qual deles iremos ser. Como iremos nos comportar depois de encontrar com nossa luz [arcano anterior]. Sempre falo em meus cursos que o problema não é encontrar a luz, mas saber o que fazer com ela. O problema não é desenvolver a clarividência, o dom da premonição, mas, saber o que fazer com o que se vê.
No JULGAMENTO ouvimos a trombeta e, despertamos do nosso sono de insconsciência, nos cabe utilizar todo o aprendizado adquirido nessa jornada para caminhar na 3D em harmonia, para que nossa alma, que decidiu fazer essa experiência na Terra possa desfrutar, em beleza, dessa jornada no corpo físico. Isso é, assim como no dia do juízo final, aqui colhemos os frutos dessa caminhada. Aqui é a hora que vemos se fizemos a lição de casa direitinho e podemos entrar nos céus.
Apesar de ser uma transformação profunda, não é dolorida como a Torre, a Morte ou o Enforcado, apesar de ter escolhas para serem feitas não é sofrido como o Enamorado. Aqui, sabemos que estamos colhendo o que plantamos. Deixando as escolhas, as mortes internas mais suaves, mais conscientes. Afinal, como mostra o desenho na cara uma pessoa se levantando do caixão, estamos re-nascendo.
Diferente de nascer, que ainda somos bebês, inocentes, imaturos, aqui, o ser que saí do túmulo já está adulto, nos mostrando que transformações aconteceram, que uma nova vida está em vias de começar [na próxima carta], mas não seremos mais facilmente ludibriados. Afinal, já é quase fim de jornada.
Como o 20 é um 2, aqui temos presente a SACERDOTISA, a intuição muito forte, e, assim como falamos de Perséfone, senhora do sub-mundo, do reino da morte, das profundezas da psique, ela também é filha de Deméter, senhora dos campos, da colheita, da fartura, e, vem passar parte do ano com sua mãe. Nos mostrando o equilíbrio do mundo visível e invisível.
Use sua intuição para saber que caminho seguir. Use sua intuição para saber como separar o joio do trigo. Somente sua intuição poderá te ajudar nessa descida do Paraíso e expressar a ‘Roda de Ezequiel’ da melhor forma possível.
Boa semana!!!

quinta-feira, 24 de março de 2016

Tarot 19 - Sol


“Lá vem o SOL churu ru ru ruru”
É... depois dos eclipses (momentos que ficamos no escuro e mergulhamos na escuridão da nossa psique), assim como o dia que precede a noite, o SOL chega para nos iluminar... regente de 2016, com as várias sincronias dessa jornada, despontou essa semana com o ano novo astrológico, seguido do equinócio, que é o equilíbrio é o momento que o dia tem a mesma quantidade de horas que a noite, simbolizando o equilíbrio entre nossa escuridão e nossa luz.
Gosto de brincar que quando ascendemos o interruptor da lâmpada é quando conseguimos ver nossa sombra, portanto, chegar à iluminação significa reconhecer sua sombra e de tudo e todos que te rodeia e mesmo assim continuar emanando amor. Mesmo assim continuar na estrada de evolução e lapidação do ser.
A desconstrução da torre de onde olhamos uma luz no fim do túnel na estrela, atravessamos a noite da alma na lua talvez porque a luz do fim do túnel avistada tivesse longe demais e, achamos que não conseguiríamos alcança-la, que nos faltaria forças, aqui saímos do túnel e podemos deitar no chão e descansar banhando nosso corpo nos raios dourados!
Ah! Se passamos um momento de frio, aqui o calor nos é concedido. Se nos sentimos perdidos no escuro, aqui temos tudo às claras. Se a inconstância da lua nos deixou cheio de dúvidas, nos afastando de nossa essência, se nos deixou duvidoso de que somos capaz, aqui nosso brilho interior ressurge!
Afinal, depois da noite há de vir o dia!
Na carta anterior fechamos um ciclo, por isso as dores da morte, o sentir-se sem chão, a confusão emocional que a LUA nos coloca, o que tínhamos já não é mais mas ainda não sabemos o que virá. No SOL esse novo começa a despontar e tudo começa a ficar mais claro, tudo começa a fazer sentido. Na LUA, por pior que pareça, por mais incerto e sombrio que esteja nossa realidade, sabemos que logo depois vem o SOL.
Eis que chegamos! Aqui nosso poder pessoal se re-estabelece! Aqui podemos re-construir a ponte para nossa alma, porém, agora, não mais a TORRE ostentadora de poder, mas sim um arco-iris de compaixão e compreensão que possa nos atravessar para encontrar seus companheiros peregrinos da estrada da vida.
O momento de se isolar na caverna acabou... deixe que os raios do sol ilumine todas os lugares dentro de ti... abra as janelas e portas do seu coração para o sol entrar!
Quando olho todas essas manifestações em São Paulo, seja pela tarifa do transporte público, pelas escolas fechadas, Operação Lava-Jato, corrupção e tudo o mais, sinalizando que como está não dá mais para continuar... esse momento lua que atravessamos, o bom é que sabemos que logo o sol despontará, e, já está! Como têm crescido os movimentos de paz, como as práticas de bem-estar estão sendo difundidas, hoje podemos encontrar yoga, tai chi, dança circular, meditação, e outras práticas gratuitas em parques, praças, UBS.
Na mitologia aqui temos APOLO, o deus-sol, que dissipa os medos, as trevas, que matou a serpente píton, senhor do oráculo de Delfos, procurado por todos para saber seu destino. Porém, Apolo era rejeitado pelas mulheres por ser muito luminoso... assim é o sol, nos cega se olhamos demasiado, queima se muito próximo.
Assim é o SOL!
Se você está num momento mais sombrio, sente-se confortavelmente, coloque uma música calma e, se imagine bem pequena(o) e, entre no seu coração. Sinta o fluxo sanguíneo, ouça as batidas do seu coração. Vai olhando, caminhando por todo seu coração abrindo portas e janelas, ascendendo a luz, seja uma vela que nunca se apaga... limpe onde está cheio de teias de aranha por fazer tanto tempo que não visita esse lugar. Mude a mobília, pinte a cor das paredes, deixe seu coração como você quer! Honre o que recebeu, agradeça o que te disseram e você aceitou como verdade e guardou em seu coração, mas, agora, você vai deixar o seu coração como você quer! Limpe, arrume e organize! VOCÊ É CAPAZ!!! [repita por 3 vezes “eu sou capaz!”] Quando tiver terminado, volte pelo caminho que fez para ir, se tornando mais consciente, voltando para seu corpo, despertando devagarinho.
“Deixe o sol entrar!!!”

quarta-feira, 16 de março de 2016

Tarot 18 - LUA




Dali Deck
A noite cai e com ela chega a escuridão... eis que surge em meio às estrelas [esperança] a LUA. Regente das marés, do nosso corpo que é 70% água. Misteriosa essa luz que brilha no céu, que hora está como uma bola, ora como um fiozinho, e, às vezes não está e, por isso nos assombra.
Como confiar em algo que se mostra mais intensa à noite, e que não é sempre a mesma, essa que vemos brilhar, mas que na verdade esse brilho é emprestado do sol, e essa forte e invisível conexão com as águas (emoções)... seria como um sonho, mais intenso à noite, com uma enorme capacidade de nos trazer sentimentos, emoções e sensações não conseguimos explicar e, que nada é senão um empréstimo da realidade, uma forma do nosso consciente entender as mensagens que o subconsciente nos envia.
Ah! Misteriosa e temida LUA... talvez seja como no conto de Vasalisa, que para conseguir o fogo sagrado, a luz seja necessário entrar na floresta à noite, caminhar até a casa da bruxa para que assim, dentro do nosso subconsciente, ou seja, no submundo, nos lugares escondidos onde podemos ser nós mesmo, onde nossos instintos permanecem intactos à pressão lógica da sociedade... nesse lugar onde as sombras são assustadoras é que possamos vê-la sem que a claridade nos chame a atenção para as cores variadas e, assim, sentarmos com nossas sombras, ouvir seus ensinamentos. Afinal, a ‘casa já caiu’ na TORRE, já apelamos para a ESTRELA cadente um último suspiro... aqui só nos resta aprender com o caranguejo que vive na terra e na água esse caminho do meio.
Entender a flexibilidade da LUA que não permanece estática com uma única forma, ou como a água que pode tomar qualquer forma sem ter uma forma. Como nossa alma, que hoje toma essa forma mas não é esse corpo físico.
E, por isso aqui nos deparamos novamente com os ciclos de nascimento-maturidade-morte, por isso no tarot mitológico essa carta é representada com uma deusa com 3 faces. O que é muito fácil para as mulheres quando falamos do ciclo menstrual (que também é chamado de LUA na América Latina). É um período que se prepara para gerar, nutrindo o útero com sangue fresco. Essa estrutura atinge seu auge no período fértil, quando há um excesso de secreção, hormônios mil sendo liberados, indicando a maturação do útero, ou seja, está pronto para conceber vida... eis que não há óvulo fecundado e o sangue se vai, algumas mulheres sentem dor, se pudessem ficariam deitadas, curtindo o luto que seu útero vive. Encerra-se esse ciclo e, novamente o útero ficará vazio, pronto para recomeçar a se encher de sangue. Esse mistério do nosso corpo nos liga automaticamente
à nossa mãe, avó materna, e todas as mulheres do mundo... num ritual que se repete por muitas vezes em nossa vida e nos une em cumplicidade às dores das cólicas, ao derramamento de sangue que temos que nos deparar e, claro, nos fortalece para encarar nossas mortes com a força contida em nosso ventre.
Por isso é uma carta que nos remete às raízes, à ancestralidade... à Hécate, guardiã do Submundo, deusa da purificação e expiação, tem como poder conceder ou negar pedidos aos humanos. O que ela determina é lei, inclusive para seu pai, Zeus, o deus dos deuses. Hécate nos traz o poder multifacetado dos Céus, Terra e do Submundo e por isso, todas as certezas (céu, sol, lógica) ficam incertas recebendo pelo menos mais 2 possibilidades. Diante de tantos movimentos, de tantas possibilidades o melhor é ir dormir e sonhar! Aproveitar o vasto campo do tudo é possível que o mundo dos sonhos nos oferece.
Aqui, nosso LOUCO se deixa levar por suas emoções e se limpa com suas lágrimas seja pelas dores da Torre seja pela escuridão da noite, ou seja por motivo nenhum, simplesmente a vontade de chorar e lavar a alma. Aqui não temos mais passado, destroçado pelo raio divino, nos restando seguir em rumo ao futuro. Diz a lenda que quando percebemos que não somos nada além de um grande vazio é
quando nos conectamos ao Cosmos, deixando nossa pequena personalidade morrer... somente assim poderemos chegar na luz do sol interior.
1+8 é um 9, o Eremita... fazendo menção à sabedoria já adquirida. Aqui nenhuma muleta será o bastante para nos mostrar o caminho para atravessar essa noite, somente o que está em nossos corações poderá nos guiar. Como todo rito de passagem, é um momento solitário que talvez poucos consigam te entender. Mas, diferente do Eremita que se isola para conseguir se encontrar, na LUA ficamos à paisana durante o dia e à noite damos vazão à o que nosso ser mais necessita.

Que Hécate lhe conduza na travessia desse portal!

Que nas profundezas do seu ser, você tenha um lindo e protegido encontro com sua intuição!